Crônica: O mundo da moda.

Chamar uma modelo de burra é ainda mais comum do que todos imaginam. E ainda mais clichê é ouvir a história de alguém tentando mostrar que a realidade nem sempre é assim. Isso só serve para que niguém dê ouvidos. Para consolidar ainda mais a imagem generalizada que as pessoas possuem.

Todos sabem a diferença que existe entre a carreira de modelo e as outras. E ainda fazem questão de deixar muito claro. Mesmo na maioria das vezes, não sendo verdade. O que muitas vezes não pensam é na parte que as une: oportunidade.

Quantas vezes você já leu em alguma revista ou ouviu casos de família contando sobre alguém que foi obrigado a cursar medicina ou direito pela imposição da família? Pois é. Agora, alguma vez se perguntaram se alguém poderia trabalhar com moda, não por vontade própria, mas em busca de uma oportunidade melhor?

Minha vida não é, nem deve ser, uma história dramática. Ela só não chegou onde pretendo. Nasci em uma pequena cidade bahiana sem muitas oportunidade, como milhares de outras modelos. A diferença é que nunca idealizei essa carreira. Só vi nela uma forma de conseguir realizar meus outros planos. Mudei para São Paulo, onde sabia que teria mais oportunidades de crescer e alcançar o que queria.

Hoje estou em Paris. Feliz por que os meus ensaios fotográficos são entre uma aula e outra. E não a minha atividade principal. Estudo em uma renomada faculdade de política e economia daqui. Não pretendo ser um exemplo de modelo inteligente. Afinal de contas, não sou modelo. Só aproveitei a chance como trampulim.